sexta-feira, 29 de junho de 2012

A CIGARRA




A CIGARRA foi uma das mais populares revistas brasileiras do século vinte. Fundada pelo jornalista GELÁSIO PIMENTA, circulou por mais de 60 anos. Em seu texto de apresentação, datado de 1914, a publicação declarava: 

“a grande ambição da CIGARRA é ser uma revista artística: cantar ao sol com voz que se esforça – ou não fosse ela Cigarra – por fazer alta e estridente. É a sua ambição; não é uma promessa”. 

Quinzenal, a publicação fazia parte do grupo das revistas de variedades que tanto sucesso fizeram na imprensa brasileira. Suas páginas traziam desde notícias sobre o dia-a-dia da capital paulistana e do mundo europeu, até curiosidades, como o admirável brilho das borboletas do mar. 

Artigos sobre arte, críticas e comentários, poemas, crônicas e contos eram outros atrativos. Tudo acompanhado de muitas ilustrações, fotografias e caricaturas. 

Palco para as destacadas figuras da sociedade paulistana e de cidades do interior de SÃO PAULO, a cobertura de eventos sociais, esportivos e religiosos era outra característica marcante da publicação. Nela eram comuns as fotos com legendas como esta, encontrada em uma edição de junho de 1914: 

“Em cima: os coronéis doutor José Piedade e Serafim Leme da Silva e outras pessoas gradas, assistindo a festa realizada no Parque Jabaquara. Em baixo: a vítima que serviu para o churrasco que a Guarda Nacional ofereceu aos seus convidados”. 

Outro ponto forte da publicação eram os anúncios publicitários. Pianolas, perfumes, carros e motocicletas são apenas alguns dos produtos que inundavam suas páginas. 

A princípio voltada para diferentes tipos de leitores, a revista logo encontrou nas mulheres seu público mais fiel. A importância delas para a publicação era evidente, inclusive, em suas belas capas, onde a presença da figura feminina era constante. 

A CIGARRA marcou ainda o início da carreira de vários autores, caricaturistas e ilustradores. Entre eles, grandes nomes da literatura brasileira, como OLAVO BILAC, GUILHERME DE ALMEIDA, OSWALD DE ANDRADE e MONTEIRO LOBATO. 

Na verdade, acompanhando todo o processo de crescimento e desenvolvimento da vida cultural, social e econômica de SÃO PAULO, a publicação assumiu as características da sociedade de seu tempo. Rico em imagens, conteúdos de entretenimento e artísticos, o periódico contribuiu para difundir a revista de variedades que oferece ao leitor diversos assuntos e entretenimento. A CIGARRA chegou a sua última edição, em 1975, como um dos mais importantes veículos da história da imprensa brasileira. 
FONTE:
Texto: Ana Carolina Costa 
Locução: Giovani Vieira Miranda e Jaqueline Casanova


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