segunda-feira, 25 de junho de 2012

A HISTÓRIA DO MACARRÃO


A longa história do macarrão

O macarrão não nasceu na Itália, mas o país foi responsável por mudar sua história e influenciar a alimentação em todo o mundo


Em qualquer lugar do mundo é possível comer um prato de Macarrão. Mas como pode um punhado de massa ter se tornado ingrediente de peso na mesa brasileira e também na de outros países? “Por ser um alimento simples, combina com carnes, verduras, queijos e todo tipo de molho”, diz Rita Corsi, coordenadora do curso de Gastronomia das Faculdades Metropolitanas Unicas (FMU), em São Paulo.


A explicação faz sentido quando entendemos que a combinação massa mais molho é fácil porque a base do macarrão é a mesma do alimento mais universal do planeta: o pão. Bastam água e farinha para fazer os dois. A diferença é que o pão fermenta e o macarrão não.
Origem desvendada
massa mais antiga de que se tem notícia comprovada foi descoberta em 2005 por arqueólogos chineses. Eles encontraram em Lajia, na China, um fio de 50 centímetros com cerca de 4 mil anos. Assim, desvendou-se a idade do macarrão, essa delícia que ganhou fama mundial graças à criatividade gastronômica dos italianos, e não a Marco Polo, como aprendemos na escola.
Em 1154, 100 anos antes do nascimento de Marco Polo, o geógrafo árabe Al-Idrisi concluiu a redação do Livro de Ruggero. No volume, patrocinado pelo normando Ruggero II, que dominou e governou a Sicília, o árabe escreveu que em Trabia, perto da cidade italiana de Palermo, comia-se uma massa de farinha e água em forma de barbante.
Mel e tomate
Enquanto a massa italiana era comida com especiarias, em terras chinesas o macarrão era sopa. “A massa também está presente em pratos como o alemão spatzle, um tipo de nhoque, e nas mesas ucranianas e russas, como o varenike, um raviolão recheado de batatas ou carne ou verduras”, diz Marcelo Neri, professor de gastronomia na faculdade Senac (em 2007). Apesar disso, as pastas italianas, com seus muitos formatos e infindáveis molhos, são a pérola da sedução gastronômica mundial. A iguaria é tão irresistível que ganhou até data de comemoração mundial: 25 de outubro.
O fato é que esse alimento conquistou os paladares dos quatro cantos da Terra por uma imposição dos próprios italianos ao longo da história. O século 17 parece ter sido um marco na história da pasta, porque nele finalmente nasceu o molho feito de uma fruta mexicana, o tomate, levada para a Europa nos idos de 1500 pelos espanhóis. Em 1560, sementes do fruto foram levadas para a Itália, até que algum resolveu experimentar os tomates maduros e crus e depois alguém cozinhou os frutos, inventando o molho ao sugo.
Fresca e boa
A massa evoluiu e conquistou infindáveis formas. Da básica farinha e água, ganhou ovos, farinhas de sêmola, grão duro, integral ou de trigo sarraceno. Mas nada se compara à massa fresca. “É mais saborosa e o molho adere melhor”, afirma Eza Simões Correia, que aprendeu a fazer macarrão com a mãe, filha de imigrantes de Campobasso, na Itália.
O hábito de preparar o macarrão em casa descende dos imigrantes italianos, que trouxeram na bagagem o desejo de preservar seus costumes onde estivessem. Por isso, no Brasil – e principalmente em São Paulo, que concentrou a maior parte dos imigrantes –, domingo é dia de comer macarrão.

Fonte: Roberta DeLucca, Vida Simples, 01/04/2007. Leila Zampieri, Aventuras na História, 01/06/2010.

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