terça-feira, 12 de junho de 2012

DULCE E KIM NOVAK

A querida Kim Novak

A ex-deusa sexy da Columbia, que completa 75 anos neste mês, é lembrada como amiga franca e amável

Por Dulce Damasceno de Brito



Em pouco tempo de Hollywood, já sabia que seria quase impossível estabelecer laços de amizade com os astros e estrelas que entrevistava. Nada mais natural para essas celebridades criarem barreiras, afinal não havia motivo para se afeiçoarem a uma jovem jornalista brasileira. Mas houve algumas exceções, e uma delas foi Kim Novak. Lembrei-me de seu afeto e de sua beleza quando o canal TCM anunciou alguns de seus filmes em homenagem ao seu aniversário: 75 anos, completados em 13 de fevereiro. Eu a conheci no auge de seus 20 anos, em 1953, durante uma recepção na casa do cônsul do Brasil em Los Angeles, o falecido Roberto Campos, que, depois, seria ministro e senador. Ela ainda estava em começo de carreira. Sabendo que eu era brasileira, falou de sua admiração por Carmen Miranda. E esta, assim que chegou, apresentei-a àquela si mpática loira. Kim ficou felicíssima e, desde então, mesmo quando já era a estrela maior da Columbia, sempre me tratou com afeto e nos visitamos. Foi por meu intermédio que ela conheceu o pintor brasileiro Oswaldo França Jr., radicado em Hollywood, que fez de seu belo rosto um retrato. Kim também me proporcionou um momento inesquecível. Em fins de 1957, quando atuava em Um Corpo Que Cai, de Hitchcock, me escondeu no estúdio da Paramount, contrariando ordens do diretor - ele não queria ninguém além da equipe no set. Desse jeito, pude v ê-la rodando alguns takes da parte em que sua personagem Judy surge transformada em Madeleine. Naquela ocasião, nem imaginava que estava assistindo às filmagens de uma das mais belas seqüências da história do cinema.

Ela sempre me falou com franqueza de suas relações amorosas, inclusive com Frank Sinatra e Sammy Davis Jr. Mas negou com veemência qualquer transa com um famoso playboy brasileiro que disse o contrário em várias publicações. Creio que, por volta de 1995 ou 1996, não me lembro ao certo, Kim me telefonou. Eu já morava em São Paulo. Falou com alegria de sua ótima relação com o dr. Robert Malloy, seu segundo e atual marido desde março de 1976. "Muitos não me chamavam de cadela? Pois é, agora tenho um veterinário em tempo integral", disse, bem-h umorada. Kim não sentia saudade da carreira e participava das atividades do marido. Em 2000, a propriedade onde moravam e criavam cavalos e lhamas em Oregon pegou fogo. Mas, determinada, ela deve ter dado a volta por cima. Eu a vi há uns dois anos no programa em que Larry King entrevistou atrizes que filmaram com Hitchcock. Ela estava linda e de maneira alguma dava a impressão de que já estava próxima dos 75 anos. Que saudades da amiga Kim Novak.



FONTE: http://purviance13.blogspot.com.br/2008/11/textos-de-dulce-damasceno-pra-matar.html

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